sexta-feira, 1 de outubro de 2010

EU, UM POLÍTICO?



O atual cenário político no Brasil é deveras desanimador. Corrupções sem trégua, escândalos contínuos, práticas amorais, terrorismo religioso por meio do discurso para conquistar os votos dos fiéis, dentre outras práticas essencialmente desumanizadoras.


Apesar do quadro político brasileiro ser semelhante a uma obra-prima de um pintor desprovido de todos seus sentidos primários, as relações políticas são inerentes às experiências humanas. “O homem é um animal político” escreveu outrora o filósofo Aristóteles. Reducionismos a parte, Aristóteles expressa uma importante faceta da experiência humana que não pode ser desprezada: as Relações Políticas.

O drama político refere-se às questões da vida pública, coletiva, social. Portanto, enquanto participantes da esfera coletiva da sociedade somos seres políticos, e em nosso cotidiano estabelecemos diversas relações políticas.

As Escrituras Sagradas, como um livro que irrompe das experiências da Humanidade com seu Criador, nos apresentam diversos dramas políticos. Entretanto, gostaria de destacar apenas parte do discurso político presente no ministério Jesus.

Como ser humano pleno, Jesus era, também, um ser político. De forma proficiente, Ele confrontou o sistema político-religioso legalista e desumanizador, em que Outro/Próximo era vítima da violência e do desprezo. Segundo o Evangelho de Marcos, após desenvolver grande parte de sua campanha nas regiões mais pobres da palestina, Jesus partiu em direção ao centro do poder palestinense: Jerusalém. Neste contexto, seu discurso ganhou uma tônica contundente: “Ai de vós ...” e suas mãos passaram a serem ocupadas pelo chicote que derrubava as mesas dos “políticos” corruptos no Templo.

Todavia, a mensagem de nosso Senhor o conduziu a um aviltante destino. Em troca de um “mensalão”, Jesus é traído por um de seus companheiros correligionários. Sua mensagem fora, portanto, negligenciada por participantes dos principais partidos da época, que optaram por manter o status de um sistema legalista e opressor para desfrutar perene glória de um “gabinete no distrito federal palestinense”.
A mensagem de Cristo não pode ser calada com sua morte. Pois, Ele ressuscitou. Enquanto seres políticos, devemos perpetuar sua denuncia político/profética e engrossar o coro dos que clamam por justiça.Um simples distanciamento irracional da política nacional significa uma omissão à mensagem cristã. Devemos nos envolver com as questões de ordem coletiva em busca do bem comum, não apenas para defender os ideais de nossos guetos gospel, mas para promulgar justiça a toda a nação.

Espero que, neste dia de eleição, venhamos fazer uso de nosso senso político para escolhermos candidatos que promulgarão o direito e a justiça. Que o Senhor, mediante sua graça, conduza todo esse processo eleitoral, no qual, seremos agentes ativos no caminho de esperança para uma nação mais justa.

Como dizia Bob Marley “Não cruze os braços diante de uma dificuldade, pois o maior homem do mundo morreu de braços abertos!”

2 comentários:

Fred disse...

a melhor idéia de politica ideal deveria surgir de nos cristaos

Anônimo disse...

A política realmente está dentro de todo o ser humano. Pois nossos contatos, nossas ações, nossa forma de conduzir a vida são atitudes políticas. Agora, a política no sentido parlamentar, deve ser realizada por homens e mulheres que sejam sérios, principios morais e cristãos. Valeu muito sua reflexão Daniel. Parabéns.
Pr Waldir Martins

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