quarta-feira, 13 de março de 2013

REFLETINDO O CASO FELICIANO



   Tenho o intuito de, neste simples ensaio, levantar algumas importantes questões em relação ao polêmico caso da ascensão do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP)  ao cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). Desta forma, selecionei dois importante ítens que precisam ser considerados para uma primeira avaliação da situação.

    1) Não podemos desvincular o debate político do emaranhado universo ideológico. Assim, a problematização deste caso inicia-se do pressuposto ideológico dos envolvidos na questão. A ideologia - enquanto uma percepção teórica da realidade, confere sentido à vida humana, estabelece nossa esperança quanto ao futuro e determina nossa ação no mundo. Desta forma, as ideologias norteiam não apenas a política, mas diversas facetas da experiência  humana. No tocante ao atual caso, fica cada vez mais evidente a irrupção de uma ideologia presente na militância "pró-homoafetividade"  que a estabelece como uma militância opressora, escravagista e desumanizante. O discurso em favor da liberdade e dos direitos dos cidadãos tem sido utilizado como uma máscara veneziana que esconde um ardente desejo de estabelecer uma política ditatorial, ou como prefiro designar, uma "Inquisição Ideológica" que cerceia todo postura contrária à prática homoafetiva. 


     2) Quanto ao personagem em questão, o excelentíssimo deputado, pastor, cantor, disseminador da cultura gospel e  presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) Marco Feliciano é de fato uma figura emblemática. São atribuidas a ele, por meio das redes sociais, diversas frases cruéis e desumanizantes que refletem a presença do "espírito do anti-cristo" no mundo. Sua trajetória como pastor e símbolo carismático do pentecostalismo é marcada por afirmações e atitudes que envergonhariam até o mais vil cristão.   O questionamento de sua capacidade, enquanto defensor dos direitos humanos e das minorias, encontra plausibilidade na distorcida imagem de cristianismo/humanidade vendida por este senhor.   


  Assim, percebo uma série de afirmações, quanto ao presente caso, que, infelizmente, testemunham nossa postura irreflexiva e segregacionista em relação às questões mais prosaicas da vida. Enquanto cristão, reafirmo publicamente minha postura contrária a toda ideologia opressora e desumanizante, seja ela manifesta numa falsa imagem de vida cristã ou mesmo no discurso pró-homoafetividade tão latente no presente caso.